Por Profa Laís Cristina Almeida, Ft, Psic, MSc, ESP, DO
A alternativa para os casos refratários aos medicamentos tem sido a cirurgia. Porém a osteopatia surge como um método de tratamento adequado para corrigir esta disfunção. Esse tratamento consiste resumidamente na liberação das estruturas relacionadas com a região esôfago – cardio – tuberositária: diafragma, costelas, vértebras, estômago, peritônio, entre outras.
Os profissionais da EBOM são pioneiros no tratamento osteopático do refluxo (DRGE) em Belo Horizonte.
DRGE é uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando variável espectro de sintomas e/ou sinais esofágicos e/ou extra-esofágicos, associados ou não a lesões teciduais. Tem importante impacto socioeconômico, psicológico e na qualidade de vida do paciente, sendo uma das doenças crônicas mais comumente relatadas nas consultas médicas. A prevalência de DRGE é de 10 a 20% no mundo ocidental. No Brasil estima-se que aproximadamente 12% da população apresente sintomas desta afecção. Em alguns casos, o tratamento da doença tem custo elevado e o paciente pode apresentar efeitos colaterais do tratamento medicamentoso. Outro problema é a refratariedade quando o paciente continua sintomático mesmo sendo submetido à tratamentos convencionais medicamentosos ou cirúrgicos.
O tratamento da DRGE tanto convencional quanto complementar tem como objetivo a remissão dos sintomas, proteger a mucosa do esôfago e, eventualmente, as estruturas respiratórias do contato com os conteúdos gástrico e duodenal, diminuindo os riscos e intensidade das complicações. As condutas mais comuns no tratamento são os medicamentos e as modificações na dieta, visando diminuir a acidez que provocaria erosão da mucosa esofágica. Condutas conservadoras que abordam as disfunções mecânicas da DRGE, em geral, limitam-se a modificações comportamentais, tais como elevar a cabeceira da cama, diminuir a quantidade de alimento ingerido durante as refeições, evitar deitar-se nas duas horas após as refeições, reduzir ou cessar o uso do fumo e reduzir o peso corporal. Considerando que a etiologia da DRGE é multifatorial, existem várias maneiras e recursos complementares para tratamento da mesma. Dentre as abordagens alternativas ou complementares tem sido aventadas o tratamento osteopático que atua nos sintomas do refluxo gastroesofágico.
Os benefícios da osteopatia na diminuição dos sintomas relatados, se dá em parte pela relação de suas manobras com a fisiologia da DRGE. Esta decorre de um distúrbio do peristaltismo do esôfago ou pela insuficiência do esfíncter inferior daquele órgão em agir como uma barreira anti refluxo, pois o esfíncter inferior do esôfago e o diafragma crural constituem os esfíncteres intrínseco e extrínseco, respectivamente relacionados a essa afecção, e são anatomicamente sobrepostos e ancorados um ao outro pelo ligamento frenoesofágico.
No estudo experimental feito na Escola de Osteopatia e Terapia Manual (EBOM), conclui-se que a osteopatia é um promissor método terapêutico no tratamento adjuvante do refluxo gastroesofágico refratário.
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